quinta-feira, agosto 23, 2007

WILLIANDEPENDENTE

Já era esperado, mas agora com dois jogos sem o jogador, já dá pra se ter uma idéia da falta que ele fará.
O Willian saiu e foi pro Shaktar da Ucrânia.
Tudo bem, a proposta era irrecusável e o Corinthians não está em condições de negar US$ 19 milhões (US$ 15 mi, livre pro clube) por um jogador recêm saído das divisões de base.
Porém a parte técnica do time já está sentindo a diferença de jogar sem ele.

E não estou aqui falando apenas da falta que um jogador promissor como o Willian faz dentro de campo, até porque em pouco mais de uma temporada jogando no profissional, o menino de 18 anos fez apenas dois gols.
Mas o que ele representava taticamente numa visão global, pro time, é merecedor de destaque.

Com ele em campo, o time adversário normalmente colocava um dos volantes pra seguí-lo na marcação, por zona ou individualmente.
A atenção era toda nele.
Hoje com Rosinei, ou Everton Santos ou qualquer outro designado pra essa função, os volantes encarregados em minar nossa criação nem ligam, saem pro jogo facilmente tocando a bola sem se importar com o que podemos responder em criatividade já que isso será difícil de acontecer e logicamente com isso, acabam por sufocar o nosso meio campo marcador.

Com Willian jogando aberto na esquerda como fazia, o lateral direito do time adversário já não subia tanto ao ataque, desafogando o nosso setor de defesa, e possibilitando que o Corinthians fizesse triangulações por aquele setor, ora com Marcelo Oliveira, ora com Carlão, ora com Wellington e mais recentemente com Gustavo Nery.

E mais uma vez com Willian em campo, a zaga adversária tentava na maioria das vezes sair pra dar o bote no jogador que invariavelmente fazia suas jogadas com dribles rápidos em direção ao gol, o que de certo causava um desfalque momentâneo no miolo de zaga abrindo espaço para nossos atacantes, ou então até a necessidade da zaga cometar uma falta pra parar a jogada individual do nosso meia, nos possibilitando o uso da bola parada.

Como se vê, o Corinthians conseguia muitas vezes possibilidades de finalizações de jogadas, em cima da preocupação do time adversário em cima do que o Willian poderia render dentro das quatros linhas.
Mesmo quando ele não o fazia individualmente.
Mesmo que ele não finalizasse com perfeição e mesmo que não concretizasse os tais gols tão cobrados.

Contudo, não temos mais essa válvula de escape.
Pra marcar o nosso meio campo agora, basta colocar um jogador pra cercar os nossos pseudos meias de criação, e o nosso time já se perde.
Toca a bola sem objetividade de um lado pro outro.
E não cria.
E se não cria, dificilmente vai marcar.
E é claro, a bomba toda vai estourar lá atrás sempre, já que a bola bate e volta.

Se o recém contratado Ailton vai conseguir suprir essa nossa dependência do Willian no time, só o tempo vai dizer.
Mas sinceramente, não acredito.

O Elton

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